Secretária de Saúde afirma que roupas são doações e não para comércio

Uma reunião, na tarde desta segunda-feira, entre funcionários do Pronto-Atendimento do Patronato e a secretária de Saúde do município, Vânia Olivo, colocou em pauta um vídeo gravado por uma paciente em 23 de dezembro.Nas imagens, uma paciente reclama que funcionárias estão experimentando roupas, que seriam comercializadas no local.

Outra mulher, que pediu para não ser identificada, afirmou que viu, em diversas ocasiões, vendedoras de roupas deixarem sacolas com mercadorias no PA e, horas depois, retornarem para buscar dinheiro. A secretária disse que ainda hoje deve encaminhar a documentação para abertura de uma sindicância, mas que  não houve comercialização de roupas e que os funcionários não estavam experimentando as peças.

Nesta segunda-feira, após a reunião, a secretária disse ao Diário que as peças de roupa que aparecem no vídeo sendo manuseadas por funcionárias são doações para pacientes que frequentam o pronto-atendimento. Nas cenas do vídeo, garante a secretária, as funcionárias estão organizando e separando as roupas:
_ Em primeiro lugar, estarei abrindo uma sindicância para comprovar que não teve nada de ilegal dentro do PA. Comprovando isso, vou processar quem divulgou o vídeo.

Nara Suzana Stainr Pires, Advogada do Escritório de Advocacia Pires & Stainr – Advocacia, professora de Direito da Unifra e da Ulbra e doutoranda em Direito Público, explica que, no caso de ser comprovada a comercialização de roupas por parte dos funcionários, eles podem responder a um processo administrativo ou a uma sindicância, que deve apurar a veracidade dos fatos.
_ Depois de apurado, se houver comprovação, os funcionários poderiam sofrer penas que vão desde uma advertência até uma demissão, mas tudo em um processo administrativo, com direito a defesa dos envolvidos. Se havia uma pessoa de fora comercializando, também cabe processo administrativo. Quem autorizou a entrada da pessoa lá? E a regra não é só para o PA, é para qualquer repartição pública.

Fonte Diário de Santa Maria. Edição 29/12/2014